Esta turma costuma refletir bastante!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Dores da Alma


As dores da alma não deixam recados,
imprimem uma sentença que perdura pelos anos.

Um amor que acabou mal resolvido...
Um emprego que se perdeu inexplicavelmente...
Um casamento que mal começou e já terminou...
Uma amizade que acabou com traição...
Tudo vai deixando sinais, marcas profundas...

Precisamos trabalhar as dores da alma,
para que sirvam apenas de aprendizado,
extraindo delas a capacidade de nos fortalecermos...

aprendendo que o melhor de nós,
ainda está em nós mesmos...

Que amando-nos incondicionalmente
descobrimos a auto-estima...

Que se deixarmos seguir o caminho
da dor e da lamentação,
iremos buraco abaixo
no caminho da depressão.

As dores da alma não saem no jornal,
não viram capa de revista...

E só quem sente,
pode avaliar o estrago que elas causam.

Como não existe vacina
para amores mal resolvidos,
nem para decepções diárias,
o que vale é a prevenção...

Então...

Ame-se para amar
e ser verdadeiramente amado.

Sorria para que o mundo seja mais gentil !

Dedique-se para que as falhas sejam pequenas...

Não se compare, você é único !

Repare nas pequenas coisas,
mas cuidado com as grandes
que às vezes estão bem diante do nosso nariz
e não enxergamos...

Sonhe, pois o sonho é o combustível da realização.

Tenha amigos e seja o melhor amigo de todos.

Apaixone-se pela vida e por tudo o que é seu!!!

Sinta o seu cheiro e acredite em seu poder de sedução...

Estimule-se, contagie o mundo com o seu melhor...

Creia em Deus
pois sem Ele não há razão em nada!!!

E tenha sempre a absoluta certeza de que,
depois da forte tempestade,

o arco-íris vai surgir
e o sol vai brilhar ainda mais forte.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Eu sou assim


Eu sou criança. E vou crescer assim. Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar amores.
Acho graça onde não há sentido. Acho lindo o que não é. O simples me faz rir, o complicado me aborrece. O mundo pra mim é grande, não entendo como moro em um planeta que gira sem parar, nem como funciona o fax. Verdade seja dita: entender, eu entendo. Mas não faz diferença, o mundo continua rodando, existe a tal gravidade, papéis entram e saem de máquinas, existem coisas que não precisam ser explicadas. (Pelo menos para mim).
O que importa é o que faz os meus olhos brilharem, o coração bater forte, o sorriso saltar da cara. Eu acho que as pessoas são sempre grandes e às vezes pequenas, igual brinquedo Playmobil. Enxergo o mundo sempre lindo e às vezes cinza, mas para isso existem o lápis-de-cor e o amor que a gente aprendeu em casa desde cedo. Lembra?
Tenho um coração maior do que eu, nunca sei minha altura, tenho o tamanho de um sonho. E o sonho escreve a minha vida que às vezes eu risco, rabisco, embolo e jogo debaixo da cama (pra descansar a alma e dormir sossegada). Coragem eu tenho um monte. Mas medo eu tenho poucos. Tenho medo de filme de terror, tenho medo das pessoas, tenho medo de mim.
Minha bagunça mora aqui dentro, pensamentos entram e saem, nunca sei aonde fui parar. Mas uma coisa eu digo: eu não páro. Perco o rumo, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta: sei aonde quero chegar, mesmo sem saber como. E vou.
Sempre me pergunto quanto falta, se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre pergunto se você está feliz, se eu estou linda, se eu vou ganhar estrelinha, se eu posso levar pra casa, se eu posso te levar pra mim, se o café ficou forte demais. Eu sou assim. Nada de meias-palavras.
Já mudei, já aprendi, já fiquei de castigo, já levei ocorrência, já preguei chiclete debaixo da carteira da sala de aula, mas palavra é igual oração: tem que ser inteira senão perde a força. Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas.
Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu... Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. E eu amo. Amo igual criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O. Amo e invento. Sem restrições. Sem medo. Sem frases cortadas. Sem censura. Sem pudor.
Quer me entender? Não precisa. Quer me amar? Me dê um chocolate, um bilhete, um brinde que você ganhou e não gostou, uma mentira bonita pra me fazer sonhar. Não importa. Criança não liga pra preço, não liga pra laço de fita e cartão de relevo. Criança gosta de beijo, abraço e surpresa!
Fernanda Mello

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Adote um adulto


Adote um adulto e ensine a ele coisas que ele já esqueceu.
Você pode adotar seu pai, mãe, tio, um amigo virtual,
marido, namorado ...
O importante é encontrar alguém que precise ser adotado,
precise voltar a ser criança.

COMO ESCOLHER?

Humm!!! é fácil reconhecer os adultos
que mais precisam ser adotados:
eles costumam ser:
ranzinzas,
mal-humorados e
cheios de coisas para fazer.

São sérios demais, vivem reclamando do que fazem,
não gostam de barulho, de música ou de coisas inesperadas.
Odeiam surpresas e geralmente não gostam de
comer doces ou andar descalços.

Aposto que conhecemos muitos assim ...... ;o) !!!

O QUE FAZER?

Depois que tiver escolhido, chegue perto,
de mansinho e, com muita paciência,
vá ensinando a ele como ser criança outra vez.

Faça um lindo desenho e dê a ele de presente.

Ensine-o a fazer as nuvens crescerem (na imaginação),
aprender a gostar de carinho
(comece com 1, 2, 3 beijinhos, beijo é bom !!),
a acreditar em anjos, dragões
(conte-lhes uma história aonde ele será o herói,
e matará o dragão feroz que existe dentro dele),
a chupar pedrinha de gelo,
a olhar o céu, só por um momento ...

O importante, será não desistir ...
e lembre-se, o que é fácil para nós,
pode ser difícil para eles.
Muitos esqueceram a criança que existe dentro de cada um...



sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Aprendendo a viver


Aprendi que se aprende errando
Que crescer não significa fazer aniversário.
Que o silêncio é a melhor resposta, quando se ouve uma bobagem.
Que trabalhar significa não só ganhar dinheiro.
Que amigos a gente conquista mostrando o que somos.
Que os verdadeiros amigos sempre ficam com você até o fim.
Que a maldade se esconde atrás de uma bela face.
Que não se espera a felicidade chegar, mas se procura por ela
Que quando penso saber de tudo ainda não aprendi nada
Que a Natureza é a coisa mais bela na Vida.
Que amar significa se dar por inteiro
Que um só dia pode ser mais importante que muitos anos.
Que se pode conversar com estrelas
Que se pode confessar com a Lua
Que se pode viajar além do infinito
Que ouvir uma palavra de carinho faz bem à saúde.
Que dar um carinho também faz...
Que sonhar é preciso
Que se deve ser criança a vida toda
Que nosso ser é livre
Que Deus não proíbe nada em nome do amor.
Que o julgamento alheio não é importante
Que o que realmente importa é a Paz interior.

"Não podemos viver apenas para nós mesmos.
Mil fibras nos conectam com outras pessoas;
e por essas fibras nossas ações vão como causas
e voltam pra nós como efeitos."

(Herman Melville)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Pensar é transgredir


"Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos, para não morrermos soterrados na poesia da banalidade, embora pareça que ainda estamos vivos. Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência : isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante : "Parar pra pensar, nem pensar!” O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação. Sem ter programado, a gente pára pra pensar. Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto. Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar. Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo. Se nos escondemos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado. Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança. Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade. Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer." (Lya Luft)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tem dias...


Nem imaginei que aquela topada que dei na quina da poltrona, ao me
levantar da cama, já era um prenúncio da sucessão de agruras que teria que
enfrentar naquele dia.
Sete e meia?? E eu aqui, ainda de pijama? Vamos fazer jus à nossa condição
feminina que, segundo confirmam reconhecidas pesquisas científicas, nos
permite fazer várias coisas ao mesmo tempo, sem detrimento da qualidade de
cada atividade desenvolvida. Então, mãos à obra: escovar os dentes, trocar de
roupa, dar comida para o cachorro, ligar para o escritório dando uma desculpa
esfarrapada. Tudo simultaneamente, o que não é nenhuma novidade. Melhor ir
de metrô porque, com chuva, de carro chego lá só amanhã. Apesar da pressa
não deixo de me incomodar com o lixo que as pessoas vão jogando pelo chão
e com os ambulantes que obstruem a passagem dos pedestres nas calçadas.
Vou resmungando impropérios, mastigando frases politicamente
incorretíssimas, que não repetiria em voz alta nem sob tortura. No metrô,
sonho em dar uma surra de vara de marmelo no sujeitinho que empurra uma
senhora de idade e ocupa o assento preferencial, colocando os pés no banco
ao lado. Todos olham e, como eu, se calam com medo do pivete. Quando
finalmente chego à estação onde pretendo descer, o celular toca. Pânico! Será
minha chefe neurótica ou meu subchefe recalcado? Aleluia! É meu namorado!
Coração batendo mais forte digo: Oi..., mas nem dá pra continuar porque, ato
contínuo, levo não um simples fora, mas um jab e um upper que me fazem
perder o chão. Assim, pelo telefone, sem aviso prévio ou explicações, depois
de tanto tempo de convivência. Não dá para acreditar, afinal ele parecia ser um
cara tão legal, tão amigo... Arrasada, me torturo implacável: “bobona,
incompetente, não notou que o cara estava mais para Henrique VIII do que
para Romeu?” Melhor engolir o choro e seguir adiante, senão, além do chão,
perco também o emprego. Nessas alturas, na melhor das hipóteses, fico com
as matérias preteridas. Tudo bem, nós todas preteridas! Entro no prédio
correndo, me atiro no elevador já lotado e com as portas quase fechadas.
Minha blusa descostura debaixo do braço com o esforço, mas estou a salvo! A
reunião transcorre sem sobressaltos, mesmo porque dela participamos eu e o
office-boy que teve de me esperar para levar alguns documentos assinados.
Saio do prédio vazia, ou melhor, murcha, sem ânimo para levantar os pés a
cada passo. Não tenho fome, nem frio, nem sede. Passo em frente a uma TV
que anuncia que meu candidato à presidência da república despenca alguns
pontos na pesquisa de intenções de voto. Desconsolada, penso que as
pessoas ainda vão jogar muito lixo pelas ruas, marmanjos vão agredir
velhinhos nas ruas e nos metrôs, muitas pessoas vão passar como um trator
por cima dos sentimentos das outras e, no nosso país, o voto de cabresto ainda
vai reinar soberano por muito tempo. Vou para casa, tomo um banho daqueles
que lavam e levam as mágoas e as indignações pelo ralo e, ao som do Eric
Clapton, tomo um Limoncello e ligo para as pessoas que me amam, aquelas
com selo de qualidade. Afinal, vez ou outra não somos de ferro.

Aneli Belluzzo Simões

Obrigada, Aneli pelo texto enviado!
Mil beijinhos, amiga!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Amor maduro


O amor maduro não é menor em intensidade. Ele é apenas silencioso. Não é menor em extensão. É mais definido colorido e poetizado. Não carece de demonstrações. Presenteia com a verdade do sentimento. Não precisa de presenças exigidas. Amplia-se com as ausências significativas.
O amor maduro tem e quer problemas, sim, como tudo. Mas vive dos problemas da felicidade. Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem, o prazer. Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro. Na felicidade está o encontro de peles, o ficar com o gosto da boca e do cheiro do outro - está a compreensão antecipada, a adivinhação, o presente de valor interior, a emoção vivida em conjunto, os discursos silenciosos da percepção, o prazer de conviver, o equilíbrio de carne e de espírito.
O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa. Ele vive do que não morreu, mesmo tendo ficado para depois, vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados, cheios de sementes. Ele não pede, tem. Não reivindica, consegue. Não percebe, recebe. Não exige, oferece. Não pergunta, adivinha. Existe, para fazer feliz.
(Arthur da Távola)

sábado, 7 de agosto de 2010

Ser pai!


De todas as minhas modestas dimensões humanas, a que mais me realiza é a de ser pai.

Ser pai é, acima de tudo, não esperar recompensas. Mas ficar feliz
caso e quando cheguem. É saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão. É aprender a tolerância com os demais e exercitar a dura intolerância (mas compreensão) com os próprios erros.

Ser pai é aprender, errando, a hora de falar e de calar. É
contentar-se em ser reserva, coadjuvante, deixado para depois. Mas jamais falar no momento preciso. É ter a coragem de ir adiante, tanto para a vida quanto para a morte. É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho, fazendo-se forte em nome dele e de tudo o que terá de viver para compreender e enfrentar.

Ser pai é aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez.
É esperar. É saber que experiência só adianta para quem a tem, e só se tem vivendo. Portanto, é agüentar a dor de ver os filhos passarem pelos sofrimentos necessários, buscando protege-lo-los sem que percebam, para que consigam descobrir os próprios caminhos.

Ser pai é: saber e calar. Fazer e guardar. Dizer e não insistir.
Falar e dizer. Dosar e controlar-se. Dirigir sem demonstrar. É ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia, jamais transferindo aos filhos o que, a alma, lhe corrói. Ser pai é ser bom sem ser fraco. É jamais transferir aos filhos a quota de sua imperfeição, o seu lado fraco, desvalido e órfão.

Ser pai é aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se
renovar. É compreender sem demonstrar, e esperar o tempo de colher, ainda que não seja em vida. Ser pai é aprender a sufocar a necessidade de afago e compreensão. Mas ir às lágrimas quando chegam.

Ser pai é saber ir-se apagando à medida em que mais nítido se faz na personalidade do filho, sempre como influência, jamais como imposição. É saber ser herói na infância, exemplo na juventude e amizade na idade adulta do filho. É saber brincar e zangar-se. É formar sem modelar, ajudar sem cobrar, ensinar sem o demonstrar, sofrer sem contagiar, amar sem receber.

Ser pai é saber receber raiva, incompreensão, antagonismo, atraso
mental, inveja, projeção de sentimentos negativos, ódios passageiros, revolta, desilusão e a tudo responder com capacidade de prosseguir semofender; de insistir sem mediação, certeza, porto, balanço, arrimo, ponte,mão que abre a gaiola, amor que não prende, fundamento, enigma,pacificação.

Ser pai é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio. O
máximo de convivência no máximo de solidão. É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o filho a quem ajudou a crescer já, dele,não necessita para viver. É quem se anula na obra que realizou e sorri,sereno, por tudo haver feito para deixar de ser importante.

Arthur da Távola

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

As plaravas

Rceebi uma megnseam cruisoa com a inrfoãmaço de que uma usinidavdere ienslga fez uma pqesusia e dreobiscu que, praa a letirua, não inrestesa a odrem em que as lrteas de uma plravaa etãso, “a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e a útmlia lrtea etejasm no lgaur crteo”. Não me pentruge pouqre. Ahco mituo eqsuitsio, mas a vdaerde é que fciunona. E se fcionuna em iglêns e pugortêus, dvee fiouncnar até em hgarúno, “a úicna lgínua que o dabio reeispta”.
Gotsei da noíctia e rsloevi erevscer um ranomce iteinro com essa nvoa otorafgria. Psenei na iédia de um prseoagnem dsléixcio, dodato de uma ingêteclinia etraoxrdnáiira, ctanondo a hóistria na preiimra pssoea. A dsleiixa é uma dfunçisão metanl que faz com que o sueitjo, etnre otuars coaiss, eambrahle as ltreas de uma plavara. O que não o imedpe de dnveseovelr hilabdadies epesaciis. Tom Cuirse, por emxelpo, é dléixciso e tnooru-se um dos maoreis arosts de Hywoollod de tdoos os tpemos.
Meu raomnce treia uma luingaegm prórpia, com essa oratogrfia eastrhna, e nesitacesria um ctero esrfoço praa ser apacomhnado. As alçõteraes em cada sqüeiênca de lraets, segriauim uma liógca picartular ciarda pelo pronistotaga, com um cdigóo seetcro emdbutio no seu porsceso de elaçaborão. Um tpio de critopfigraa que, desdanveda, revilaera sreoegds de eastdo. Mias tdare, qanduo a hóriista fsose aptdaada praa o cemina, Tom Ciusre prodeia fzear o ppeal pciprinal. Ddese que acsitaese o cchaê.
As pvralaas são cmoo os fmiles. A gtene lebrma do cmeoço, do hpapy end e é caapz de ctaonr a htórisia tdoa, mmeso que não coignsa dcreveser exentatame a sqüncieêa de coters, o endeacamnteo em que faorm modantas as ceans.
A vdia de tdoo mduno tabémm é aissm. Qnduao a gtene nscae, aguélm dá um gitro de agleria. No fim, esvecrem uma fasre bionta nmua lidápe deizndo que fooms baancas e dxameios sdaaude. E rigeastrm as daats: nimasntceo e mrtoe. O que vieo no mieo dsiso foi um mtone de csaois muistdraas, baos e riuns, e nguéinm lebrma mias deitiro em que oderm eals faorm apacenredo. Ou sjea, não itmpora msmeo.
Pblao Nuerda dziia que “eevscrer é siplmes, coçmea com uma maúsciula, tinerma com um ptono e no mieo vcoê coocla as iéidas”. É uma blea fsrae que coirmnfa essa tieora. O que iesntersa é cmoo a csoia ceçoma e cmoo trmiena.
Dsdee que, é calro, vcoê tnhea aumlga iédia intsanereste praa colaocr etrne a maslciúua e o potno fianl.
Kledir Ramil

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Intimidade

Sensuais

Houve um tempo, crianças, em que a gente não falava de sexo como quem fala de um pedaço de torta. Ninguém dizia Fulano comeu Beltrana, assim, com essa vulgaridade. Nada disso. Fulano tinha dormido com ela. Era este o verbo. O que os dois tinham feito antes de dormir, ou ao acordar, ficava subentendido. A informação era esta, dormiram juntos, ponto. Mesmo que eles não tivessem pregado o olho nem por um instante.

Lembrei desta expressão ao assistir Encontros e Desencontros. No filme, Bill Murray e Scarlett Johansson fazem o papel de dois americanos que hospedam-se no mesmo hotel em Tóquio e têm em comum a insônia e o estranhamento: estão perdidos no fuso horário, na cultura, no idioma, e precisando com urgência encontrar a si mesmos. Cruzam-se no bar. Gostam-se. Ajudam-se. E acabam dormindo juntos. Dormindo mesmo. Zzzzzzzzzzz.

A cena mostra ambos deitados na mesma cama, vestidos, conversando, quando começam a apagar lentamente, vencidos pelo cansaço. Antes de sucumbir ao mundo dos sonhos, ele ainda tem o impulso de tocar nela, que está ao seu lado, em posição fetal. Pousa, então, a mão no pé dela, que está descalço. E assim ficam os dois, de olhos fechados, capturados pelo sono, numa intimidade raramente mostrada no cinema.

Hoje, se você perguntar para qualquer pré-adolescente o que significa se divertir, ele dirá que é beijar muito. Fazer campeonato de quem pega mais. Beijar quatro, sete, treze. Quebram o próprio recorde e voltam pra casa sentindo um vazio estúpido, porque continuam sem a menor idéia do que seja um encontro de verdade, reconhecer-se em outra pessoa, amar alguém instintivamente, sem planejamento. Estão todos perdidos em Tóquio.

Intimidade é coisa rara e prescinde de instruções. As revistas podem até fazer testes do tipo: “descubra se vocês são íntimos, marque um xis na resposta certa”, mas nem perca seu tempo, a intimidade não se presta a fórmulas, não está relacionada a tempo de convívio, é muito mais uma comunhão instantânea e inexplicável. Intimidade é você se sentir tão à vontade com outra pessoa como se estivesse sozinho. É não precisar contemporizar, atuar, seduzir. É conseguir ir pra cama sem escovar os dentes, é esquecer de fechar as janelas, é compartilhar com alguém um estado de inconsciência. Dormir juntos é muito mais íntimo que sexo.

Martha Medeiros
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