Gramado, RS
Todos nós temos um desejo teimoso de felicidade, mas esse desejo muitas vezes se frustra. Vem um sonho e logo ele desaparece, se apaga, aparece outro e.... nada. É claro que nossas experiências têm muito a ver com a felicidade. Algumas pessoas perdem a esperança, mas muitos de nós somos românticos inveterados e continuamos a sonhar nossos sonhos. Tendemos a pintar a realidade com expectativas coloridas, continuamos acreditando que o sexo e o amor representam a combinação de um cofre e que a única coisa que nos falta é descobrir o "segredo", a combinação certa.
Acontece que a vida é um processo, um lento processo de aprendizado. Viver é crescer e o crescimento acontece sempre devagar, não é como colocar uma moeda numa máquina de balas e instantaneamente obter o colorido chiclete da felicidade. Todo crescimento envolve esforço, algum tipo de alongamento. Pensamos: "se eu continuar me alongando vou chegar lá". Só que alongamento exige tempo e repetição. Nossos músculos se encolhem, se retraem. Normalmente não matamos os dragões dos nossos medos, das nossas inseguranças com um golpe de espada, por isso nos exercitamos diariamente.
Sabemos que as expectativas ajudam, mas, além delas, na vida existem desdobramento e desenvolvimento, repetição e transformação, há o produzido e ainda aquilo a ser produzido. No laboratório da vida o processo é lento, envolve ensaio e erro. Todos erramos, por isso muitos lápis já vêm com borracha.
Se nunca erramos e não aprendermos com nossos erros, nunca vamos descobrir nada. Tente aprender com os erros dos outros. Você não vai viver o bastante para cometer todos eles por si mesmo. Então, essa é a curva da estrada que não podemos perder. No nosso rendez-vous com o destino precisamos ir vendo e fazendo, lidando com os imprevistos, com os desencontros, com o perigo. Portanto, não adianta fingir que não existem abismos na estrada da vida. O importante é aprender a construir pontes sobre eles.
No entanto, esta é uma questão difícil. Muitas vezes nos cansamos de tentar e sermos corajosos. Todos sabemos que o amor lança pontes, tece ligações, mas todos temos medo do poder que o amor tem de criar e de destruir. Sabemos que ele pode mudar nosso mundo amanhã e tornar a transformá-lo depois. Entretanto, só se aprende tentando.
De repente acontece um duplo contato e daí surge um "amor tecido", quer dizer, um amor entrelaçado, trançado, mesclado, que não é propriamente uma obra a ser construída, mas, sobretudo, uma prática contínua, uma espécie de encadeamento. Esse é um amor que por sua vez gera e dá forma ao nosso sonho, ao nosso desejo de felicidade.
Maria Helena Matarazzo
6 comentários:
Lindo texto, cheio de verdades!beijos,chica
OI AMIGA TUDO DE BOM PARA VC, GOSTEI MUITO DO TEXTO É A PURA REALIDADE, NÓS SÓ APRENDEMOS LUTANDO, SORTE SE NO FIM SAÍMOS VITORIOSAS´,MUITO BOA ESCOLHA, UM ABRAÇO CELINA.
Às vezes idealizamos muito a felicidade, sempre achamos que ela está por vir, e nos esquecemos dos momentos felizes que temos no dia a dia. Isso somado, se torna uma felicidade.
E às vezes colocamos nossa felicidade nas mãos de um outro. E não é por aí, a nossa vida, a nossa felicidade é muito preciosa pra entregarmos assim pra outra pessoa.
Não é?
Beijossss
Olá, Soninha. Linda reflexção! Grandes verdades. È preciso errar para aprender. Obrigada amiga pelo carinho! Desejo um bom feriado com paz e luz. Bjos carinhosos!
Muito verdadeiro esse texto!
Parabens pelas belíssimas reflexoes!
Beijos com carinho!
Que lindo!!!
Amei!
Nunca pensei em amor-tecido!
Perfeito!
Beijo, amiga!
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