Esta turma costuma refletir bastante!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A história dos ciúmes



Por Diovana Rodrigues*

Já se ouviu falar na história do amor, quantas pessoas por este mundo a fora declamam o amor, a saudade da mesma forma e também a solidão. Algumas pessoas condenam a dor, o sofrimento e poem a culpa no coitado do amor, que por sua vez, discrimina e julga os ciúmes. Mas eu pergunto: alguém conhece a história dos ciúmes? Não?!

 Então prazer, vou contar-lhes minha história. Eu nasci como todos vocês, de uma relação de carinho, de companheirismo, de amizade, de cumplicidade, mas principalmente, de paixão.

 Nasci pequenino, pouco eu era notado, porque meu amigo, o amor era muito grande e admirado por todos e, por isso, nunca me notavam. Isso me fazia bem, porque eu sou apaixonado pelo amor. Eu ficava quietinho admirando o amor. Ele era lindo perfeito ao meus olhos.

 Certo dia, eu estava quietinho dormindo dentro do coração quando escutei uma voz que dizia assim:
 -Acorda seu tolo! Você esta perdendo seu amor. Ele vai te abandonar e te esquecer. Ele não gosta de você!

 Escutei aquilo e continue quietinho. O amor era todo meu. Eu não temia, eu confiava,  éramos cúmplices, aliados, amigos,  amantes,  apaixonados. Nada nos separaria.

 O tempo foi passando e aquela voz sempre insistindo, me apavorando. Essa voz era a voz da inveja, um sentimento ruim. Ela era muito má, era irmã da tristeza e da injustiça, prima da solidão e casou-se com o ódio. Ela queria meu mal, por não ter ninguém que a tratasse bem e que fosse com ela como eu e o amor éramos um com o outro.

 Tantas vezes, ela veio me acordar e fazer intrigas, falar mal do amor, que aos poucos ela foi nos afastando. Foi assim que comecei a crescer! Eu amava o amor, ainda admirava, mas triste, sozinho, chorava sua ausência. Na minha mente o amor não era mais meu e outra pessoa estava em meu lugar. Sofri tanto em vão. Nunca houve outra: foi pura enganação. Mas essas mentiras foram me cegando e o tempo passando, o amor lindo e único era o mesmo, porém eu cresci demais, ficando mais forte do que o amor.

 Eu digo a vocês que nada na vida é mais triste do que o medo de perder. Nosso mundo, nossas pessoas são muito más, egoístas, ruins. Eu demorei muito a entender isso, muito sofri e chorei, fiquei sozinho.

 Foi nesse momento que a inveja, o medo, a tristeza e a solidão se fizeram presentes, sempre me atormentando a mente. Fiquei doente, caído, quase sem vida. Pisaram em mim, chorei tanto de medo de perder de vez o amor. O amor se afastou de mim, porque eu mudei. Eu não era mais o mesmo. Perdi a alegria,  a autoestima. Não era mais meigo nem confiante, mas o pior era que eu não confiava mais no amor. Mas o amor ainda era tudo para mim.

 Até que um dia, a maldade se fez constante em minha vida. Me condenaram, me derrubaram, quase me destruíram. Foi quando resolvi lutar. Ninguém ali era mais forte do que eu, nem o amor, porque foi por ele que me transformei.

 Lutei, lutei contra a inveja e seus aliados, venci a batalha e tive de volta o amor. E foi tão mágico que até as forças da natureza se manisfestaram. Éramos novamente amigos, amantes, cúmplices e aliados. Porém, os ciúmes estavam maior que o amor, maior e mais frágil e minha força era abstrata. E logo isso foi descoberto, mas continuei lutando, mesmo sendo frágil e novamente fui perdendo o amor.

 A maldade era uma senhora muito inteligente. Não usou de força comigo. Apenas usou meu medo de perder o meu amor e fez me defender em mais uma batalha e, infantilmente, confiei no inconfiável. Eu caí em um jardim cheio de espinhos que por anos foi meu vizinho e sempre me admirou, mas ele me furou os olhos. Ele também era guiado pela inveja.

 Cego, fiquei abandonado. O amor me rejeitava porque não me conhecia mais. Eu queria vencer aquela guerra de qualquer forma, a qualquer preço. Vendi minha alma para a raiva e ela me alimentou com o ódio. Eu odiava a todos, principalmente o amor. Porque ele me deixou sozinho quando mais precisei.

 Assim voltei para a guerra! Eu queria derrubar a todos. O primeiro seria o amor, porque eu o amava tanto, eu o defendi, eu lutei por ele, apanhei por ele e ele me abandonou. Planejei tudo. Eu iria mostrar a ele tudo que a inveja fez e tirar as máscaras de seus aliados. Ia mostrar todo o mal que estava guardado.

 Mas minha força, lembram, é abstrata. Eu caí em uma cilada e, ao cair, caí nos pés do amor cego, alucinado, fora de mim, querendo vingança. Não reconheci meus erros, nem ele reconheceu que me abandonou. Eu não tinha olhos para ver, mas pude sentir nas palavras a tristeza do amor achando que eu sempre o enganei e fui falso com ele todo o tempo. Ele naquele momento assim como os outros sentimentos , também pisou em mim. Desde então não nos vemos mais.

 Onde o amor estiver e os ciúmes chegarem, tudo acaba, o amor some! Então digo a vocês: eu não sou ruim, sou um pobre coitado, cego, que corre atrás do amor tentando mostrar que não enganei, não menti, me ceguei diante da vingança, mas tenho uma alma pura que muita ama. Mas ele não me quer por perto, quebrou a confiança.

 Hoje sei que o amor nunca me deixou sozinha. Ele estava o tempo todo comigo, porém ele era superior à inveja e a toda aquela maldade. Ele nunca desceria ao nível da inveja como eu fiz. Me igualei quase me perdendo totalmente. Eu estava à frente pra ele, mas eu o coloquei em segundo plano, perdendo assim o amor.

 A história do amor que todos conhecem é linda. Só esqueceram de dizer que eu sou parte dele. Juntos somos um só! Não há amor sem ciúmes, nem ciúmes sem amor!

 Essa é minha história: a história dos ciúmes!!! Então amigos, eu lhes digo: - Não crucifiquem os ciúmes. Agora já sabem minha história. Tentem me entender já que o amor não me entendeu!!!


* A Diovana foi minha aluna. Ela já lançou um livro de poesias e um novo com crônicas está a caminho. É o orgulho dessa ex-prô!





2 comentários:

chica disse...

Diovana escreve muito bem.Sucesso à ela e parabéns! beijos,chica

Tunin disse...

Muito bom, Soninha! ciúme é um tema complicado. Às vezes doentio. Acho que em relacionamentos não deve haver ciúmes, mas respeito um com o outro e sobretudo, confiança e segurança no amor de ambos.
O texto está muito legal e bem escrito.
Parabéns as duas.
Abração.

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