Esta turma costuma refletir bastante!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Herança

Vivemos numa sociedade cuja palavra de ordem é: compre! São tantas as seduções que você jura que não conseguirá ser feliz se não tiver uma jaqueta de grife e um celular que caiba na palma da mão. E assim vamos acumulando coisas durante a vida, às vezes mais preocupados em possuir do que em desfrutar. Será que precisamos mesmo desta parafernália toda?

Não há nada de errado em comprar coisas das quais gostamos, sejam elas necessárias ou supérfluas. Se o dinheiro foi ganho com o suor do nosso rosto, temos mais é que satisfazer nossas vontades. O que não podemos é ficar presos emocionalmente a objetos cujo valor é muito relativo.

É de Thoreau uma frase sábia: "Um homem é rico na proporção do número de coisas de que é capaz de abrir mão". Eu me sinto milionária sob este ponto de vista, pois apesar de gostar muito de conforto, sei que poderia me desfazer tranqüilamente de quase tudo o que me cerca, ou ao menos trocar por similares mais simples. Quando morei fora do país, montei toda uma casa. Escolhi com carinho o tecido dos sofás, as luminárias, a louça, dedicando-me a cada detalhe. Na hora de voltar ao Brasil, vendi absolutamente tudo, das cadeiras aos talheres, da geladeira aos colchões. O que trouxe comigo? O indispensável: livros, discos e duas gravuras, que para mim eram muito mais caros do que a mobília inteira.

Adoro meus tapetes, meus brincos, meu carro, mas me livraria deles com um sofrimento muito menor do que se fosse obrigada a me desfazer de fotografias, por exemplo. Quando chegar lá na quarta idade, espero poder presentear as pessoas que amo com tudo o que estiver a minha volta e distribuir minha herança em vida. Comigo, até o fim, quero apenas minha memória, uns poucos livros para me distrair antes do sono, meus discos preferidos (caso ainda não esteja surda), um secador de cabelos (pois velha também tem vaidade) e os destinatários da minha verdadeira fortuna, a quem deixarei minhas idéias, meu afeto e minha vivência.

Martha Medeiros



13 comentários:

chica disse...

Martha é mesmo maravilhosa.Adoro ler!beijos,chica

wcastanheira disse...

PARABÉNS ESCOLHEU A CONTERRANEA, C/mARTHA É NÃO QUERER CORRER RISCOS, VC É SHOW, QDO CRIA E É SHOW QDO COPIA, POR ISSO É TÃO BOM PASSEAR POR AQUI, PRA TI GURIA, BJOS, BJOS E BJOSSSSSSSSSSSSSS

Valéria disse...

OI Sônia!
Este apego é mesmo martirizante, ter pelo simples prazer de ter.
Também deixaria facilmente, com total desapego, ah, total não fora livros, meu pc.rsss
Beijinhos!

Eneida Freire disse...

Que lindo e alegre!!!
Adoro!
Que bom que está de volta, amiga!!!
Beijo!

Vera Lúcia disse...

Texto lindíssimo!
Gostaria de possuir este desapego.
Sei bem que os excessos são condenáveis e desnecessários.
Possuir o suficiente já é suficiente. Mas um dia chego lá.
Já estou treinando (rsrsrs).
Beijos.

Anne Lieri disse...

Muito legal a msg que escolheu,Soninha!Se pensarmos bem precisamos de muita pouca coisa para viver bem!Bjs,

Calu Barros disse...

A Martha consegue nos traduzir com maestria. Excelente escolha. Adorei tua partilha para reflexão, Sônia.

Continuo sem saber por que teu link não aparece no meu painel interno(aquele da lista de blogs seguidos).Por isso tenho de achar outros atalhos p/chegar até aqui,porém, vale a pena, viu?
Afagos nos totós e Bjos p/ vc,
Calu

AFRICA EM POESIA disse...

PARA TI:::

Com um beijinho

Vida...

Que será?
Como será?
Como a descrever?

A vida é tanta coisa
É tão linda...
É tão feia...
É cor de rosa...
Ou até cinzenta...

Mas é...
Porque a sentimos...
A vemos passar...
Quase sempre a Correr...

E nesta vida...
É o que tu dizes...

Há-de cantar...
Há-de colorir...
Há-de gritar...
Mas há-de gritar...
Mas há-de sempre...
Saber encantar...

No sonho...
No amor...
No sofrimento...
Na dor...

E voltas a dizer...

Há-de chorar...
Há-de fazer rir...
Há-de sorrir.

E eu digo-te...

Vamos sorrir...
Gritar e para sabermos...
O que é a vida...
Vamos Amar!...

LILI LARANJO

Cidinha disse...

Olá Sônia. Linda reflexção! Difícil más muito importante o desapego. Fica mais fácil viver! Como o texto mesmo diz: Um homem só é rico na proporção do número de coisas de que é capaz de abrir mão. Bjos e ótimo fim de semana!

Eneida Freire disse...

Muito bom, amiga!
Eu gosto de comprar!
Mas não tenho apego demasiado não.
Abro mão até com certa facilidade.
A verdade é que precisamos de pouco pra sermos felizes.
Beijo, amiga!

Lúcia Soares disse...

oi amiga
uma maravilhosa noite, bjs

Flor de Lótus disse...

Oi,Sonia!
Belo texto eu sou fã da Martha suspeita falar qualquer coisa sobre ela.E com certeza precisamos aprender a viver menos, a poluir menos, a consumir menos ou então não deixaemos nada para as futuras gerações.
Beijosss

ONG ALERTA disse...

Perfeito texto, educaçáo é fundamental hoje em dia pois realmente se vive um mundo materialista, beijo Lisette.

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