Esta turma costuma refletir bastante!
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Felicidade suprema
Por Menalton Braff
Às vezes vale a pena pensar sobre a vida. Não sobre o que temos ou não consumido, tampouco a respeito do que fizemos ou deixamos de fazer. São aspectos factuais que, mais do que ajudar em uma reflexão mais profunda, tornam-se barreiras ao pensamento abstrato, aquele onde vamos encontrar as verdadeiras significações. Chegamos quase à Ideia de Platão, mas aí já o terreno é extremamente perigoso e podemos nos enredar.
Tentar entender o que é a felicidade talvez seja um dos caminhos para se chegar ao sentido da vida. É um assunto para o qual não há dona de álbum de pensamentos que não tenha uma resposta pronta: A felicidade não existe. Existem momentos felizes. Essa é uma verdade chocantemente inócua, pois não chega a pensar o que seja a felicidade como também não esclarece o que são tais momentos felizes. Pois bem...
O assunto me ocorre ao me lembrar de que vivemos em uma sociedade excessivamente consumista, sociedade em que a maioria considera-se feliz se pode comprar. Assim é o capitalismo: entranha-se em nossa consciência essa aparência de verdade fazendo parecer que os interesses de alguns sejam verdades inquestionáveis. O que é bom para mim tem de ser bom para todos. Isso tem o nome de ideologia, palavra tão surrada quão pouco entendida. E haja propaganda para que a máquina continue girando. Não sou contra o consumo, declaro desde já, mas contra o consumismo. Erigir o consumo de bens materiais (principalmente) como o bem supremo de um ser humano é tirar-lhe toda a humanidade, é reificação.
Para Diógenes, filósofo contemporâneo de Aristóteles, a felicidade, a verdadeira realização de uma vida, consistia em alcançar o autodomínio e a liberdade espiritual. E Diógenes viveu o que pensou. Para tanto, vivia em um barril, desprezava a opinião do mundo e os bens materiais.
Conta-se que Diógenes saía à rua em pleno sol com uma lanterna na mão. Indagado sobre o que fazia, costumava responder que estava à procura de um homem, mas de um homem de verdade.
Mas eis que aparece Schopenhauer, aquele mesmo, o inimigo do Hegel, e desenvolve seu sistema filosófico quase todo sob a convicção de que o ser humano só pode ser infeliz. É o filósofo do pessimismo. Às vezes sinto-me tentado a pensar que o Schopenhauer, lá do século XIX, já vislumbrava nossa época, a sociedade do consumismo desenfreado. Ele afirmava que o desejo é a regência do mundo. E que desejamos é aquilo que não temos. Portanto, somos infelizes. E se o desejo é satisfeito com a obtenção de seu objeto, novos objetos surgem em seu caminho. Esta insaciabilidade do ser humano é que o vai manter preso à infelicidade.
Bem, e a que chegamos? Enquanto alguém que circule melhor do que eu pela filosofia, que mal tangencio como curioso, vou continuar pensando que a vida não tem sentido, apenas existência. E isso, um pouco à maneira do Alberto Caeiro, para quem pensar é estar doente.
Daqui.
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7 comentários:
Bom dia!
Nossa! voce tem tantos blogs que não sabia onde deixar um recadinho!
Optei por esse, pois ainda preciso ver os outros com tranquilidade.
Passo por aqui para agradecer sua visita lá no samambaia. Foram palavras carinhosas que retribuo após ler esse inspirado texto sobre a felicidade.
Fazer compras com dinheiro no bolso é mesmo um momento muito feliz, como se estivéssemos nos presentando.
Mas...sempre tem um mas, é tudo tão rápido, passageiro.
Tenho que refletir mais sobre isso antes que fale besteiras.
Obrigada, beijos.
Entendo que não adianta filosofar para se chegar a um conceito de felicidade. Ela é apenas sentida, e de forma diversa, pelas pessoas.
Da mesma forma que há os consumistas materiais, há os que pensam poder fazer o mesmo com a felicidade. E passam toda a vida nessa busca inútil.
Grande beijo!
OI SONINHA!
"FELICIDADE",MOMENTOS,ESTADO DE ESPÍRITO,EXISTE, NÃO EXISTE?
FILÓSOFOS GASTARAM ANOS DE SUAS VIDAS, PARA CHEGAR A CONCLUSÃO,"NENHUMA",ENTÃO SONINHA, VAMOS SER FELIZES NÉ?
E AS VEZES A GENTE ATÉ QUE CONSEGUE SER FELIZ DE VERDADE.
ABRÇS
Zilanicelia.blogspot.com
Click AQUI
.
Soninha, eu queria muito que você
fosse uma das primeiras a tomar
conhecimento do texto do meu blog
aonde eu falo dos desejos da mu-
lher, muitas vezes reprimidos por e-
las mesmas, o que as tornam
tristes e quem sabe, infeliz?
Você vai gostar.
Um grande beijo,
silvioafonso
.
.
Eu queria muito que você
lesse o romance; Brisa &
Furacão. Tem tudo a ver
com o amor. Com a paixão
e com a esperança.
Tetalhes em:
parceriaepoesiaemoficinadapalavra@live.com
Beijos.
silvioafonso
.
Cada sentimento deve vir do coração, beijo Lisette.
Pensar é muito necessário, só assim adquirimos o autoconhecimento, responsável por nos levar a esses momentos de felicidade. Muita paz!
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